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Miguel Faria Gere Negócio de Família que já vale Oito Milhões de Euros

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Não é por ser neto de empreendedor que a vida é sempre facilitada e Miguel Faria é testemunho dessa realidade. A figura omnipresente do avô, o comendador Vasco Faria, hoje com 83 anos, recorda-o da altura da fasquia a que tem de corresponder, até na responsabilidade que lhe foi atribuída: assumir a gestão do negócio agro-alimentar do Grupo Focor, nascido do hobbie do avô que gostava de adquirir quintas. Do hobbie nasceu uma nova área de negócios que, em 2014, valeu 8 milhões de euros.

 

“O meu avô teve e tem ainda uma visão extraordinária dos negócios, com uma capacidade de antever que parece inata. Não é fácil estar à altura, mas vou tentar”, admite o jovem de 32 anos, senhor de duas licenciaturas, uma de engenharia de automóveis tirada em Inglaterra, e outra de gestão de marketing tirada em Portugal.

 

Por formação, a primeira coisa que fez quando o desafiaram a tomar conta das quatro quintas e quatro herdades que o avô foi “colecionando” foi tratar do marketing do vinho, das uvas e do azeite que são produzidos entre o Minho e o Alentejo. “Antes vendia-se o vinho só com um rótulo colado na garrafa, as caixas em branco, tanto fazia. Acreditava-se que se o produto fosse bom, vendia bem. Agora não é assim, a concorrência é feroz e a marca custa muito a criar”, explica o administrador do setor agroalimentar do grupo cuja atividade principal são os corantes têxteis e que obteve, no ano passado, uma faturação global de 23 milhões de euros.

 

As marcas mais valiosas da vertente alimentar correspondem ao vinho verde (Encosta do Xisto) e ao vinho alentejano (Vale Barqueiros), estando esta última referência prestes a adotar também azeite gourmet. O azeite é, aliás, a produção que ocupa maior área (1.100 hectares), enquanto o vinho (240 hectares) rende mais notoriedade às marcas.

 

“Se falarmos do negócio a retalho, a agricultura, hoje, é muito mais uma questão de mercado do que de produto, ainda que não estejamos no mercado pela guerra de preços mas pela qualidade”, explica Miguel Faria. Ainda assim, no azeite que tem vendido a granel “para os maiores players de mercado”, o gestor garante que não pode queixar-se dos preços.

 

“Temos duplicado os preços de ano para ano e é por isso que temos adiado o lançamento de marca própria”, adianta. Mas o gestor acaba por confessar que existe uma estratégia por detrás desse “milagre da multiplicação” dos preços: “Estamos sempre de olho nas colheitas dos espanhóis e nas cotações do azeite e só libertamos o nosso quando eles já não têm azeite e o preço sobe”, explica Miguel Faria.

 

No ano passado, produziram 720 toneladas de azeite, do qual 50% foi exportado para Espanha e Itália. No caso dos vinhos, de um total de 520 mil litros, a maioria (66%) fica no mercado interno e o restante é exportado para o Brasil, Canadá, Luxemburgo, Dinamarca, Lituânia e Suiça. Paralelamente, 1500 toneladas de uvas são “vendidas a outros produtores”, num negócio que, apesar de tradicional, inclui cada vez mais investigação e inovação.

 

“Temos, desde o tempo do meu avô, uma parceria com a Universidade de Cáceres que nos permitiu, numa época em que o país estava muito atrasado na agricultura, no início dos anos 1980, sermos os primeiros a termos a rega gota-a-gota. Agora, vamos testar uma nova técnica de plantação de olival”, adianta o gestor.

 

“Portugal tem falta de verdadeiros gestores na agricultura. O que me apercebi na última feira em que estivemos, em Dusseldorf, é que conseguimos ser imbatíveis no preço-qualidade, mas nem conseguimos ser muito baratos, nem muito bons”, remata, com uma confissão: “Nunca pensei vir dar à agricultura, pediram-me para experimentar e gostei. Tem de ser assim, tem de se ter paixão e capacidade de lidar com imponderáveis”.

 

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